O Targa e seu teto inspirado no do Porsche 911: estrutura central e vidro traseiro fixos, aberturas sobre os assentos. O motor do Passat TS agora vinha na frente
Denominado Targa, esse Miura lançado em 1982 era algo semelhante ao primeiro no estilo agressivo, também com faróis escamoteáveis e linhas retas. Mas utilizava chassi tubular de aço, próprio, e por isso podia trazer o motor de Passat na localização original dianteira. O teto seguia o conceito do Porsche 911 de mesmo nome, com a seção traseira fixa e partes removíveis sobre os bancos, restando uma estrutura central. Continua
Além do motor, o Targa recorria a suspensão (dianteira McPherson e traseira de eixo rígido) e direção (de pinhão e cremalheira, mais leve e precisa que a de setor e sem-fim) mais modernas e eficientes que as do antigo Miura. Com peso adequado à potência do motor, 890 kg, alcançava bom desempenho. Em agosto de 1983 saía a série Targa Ouro, em preto com logotipos dourados, dotada de tomada de ar no capô e revestimento em couro perfurado.
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O chassi tubular permitiu o uso de motor dianteiro, do Passat TS 1,6 e depois do Santana 1,8 e 2,0; em 1995 a linha compreendia o Targa (azul), o Spider (vermelho) e o Saga
No fim do mesmo ano chegava um conversível, o Spider, com a mesma mecânica e linhas básicas do Targa. A capota de lona, de recolhimento manual, alojava-se com discrição sob uma cobertura, praticamente desaparecendo da aparência do veículo.
A renovação da linha dava novo passo em novembro de 1984, quando a eliminação do modelo de motor traseiro abria espaço para o Saga. Um cupê três-volumes de duas portas e ampla área envidraçada, era o primeiro Miura de 2+2 lugares e trazia bom porta-malas, de 280 litros. Com 4,53 metros de comprimento e 2,58 metros entre eixos, era também mais amplo que os demais modelos. A Volkswagen já havia introduzido o motor 1,8 no Gol GT, Passat e Santana e a Besson, Gobbi passava a utilizá-lo no automóvel. |
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O Saga foi o maior modelo da Besson, Gobbi e surpreendeu pelo requinte: tela de TV no painel, bar refrigerado no banco traseiro e sintetizador de voz para mensagens de aviso
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Em 1986 a Miura oferecia em seus modelos o supra-sumo do requinte em carros nacionais, levando o Saga a custar, com todos os opcionais, mais caro que o Alfa Romeo 2300 ti4. Começava pelo controle remoto de destravamento das portas, que mais tarde eliminaria as maçanetas externas -- a porta do passageiro era aberta por um comando no interior. No centro do painel havia um pequeno televisor e, no banco traseiro, bar refrigerado.
Mais surpreendente era o sintetizador de voz, que pedia ao motorista para atar o cinto, soltar o freio de estacionamento, travar as portas ou abastecer o tanque conforme o caso -- requinte nunca mais visto em um carro brasileiro e raro mesmo em importados. O interior extravagante do Saga vinha revestido em couro creme, vermelho ou de outros tons, assim como o do Spider e do Targa. Trazia ainda teto solar, equalizador no sistema de áudio, painel completo (adaptado a partir do Del Rey, mas com decoração diversa e um tanto espalhafatosa) e, claro, o volante de ajuste elétrico. |
Em 1989 surgia o X8, com vidro traseiro envolvente, aerofólio, motor de 2,0 litros e luzes de neon na frente e na traseira, que agradaram a poucos
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Em relação ao Santana o conjunto mecânico adicionava freios a disco traseiros, mas o motor 1,8 era original, com comando de válvulas "manso" e 92 cv (álcool). Um aumento de potência e torque significativo viria no Salão do Automóvel de 1988, quando a Besson, Gobbi mais uma vez seguia o lançamento de um novo propulsor Volkswagen para adotar o 2,0-litros de 110 cv (também a álcool).
A linha estava baseada no Saga, que recebia uma reestilização traseira, ganhando um vidro amplo e envolvente e um aerofólio no lugar do antigo porta-malas saliente. Agora denominado X8, vinha com teto em preto-fosco e um detalhe mais que exótico, bem ao estilo Miura: luzes de neon azul envolvendo os pára-choques. O acessório era vendido na época para montagem em veículos convencionais mas nunca conquistou os brasileiros, sendo considerado de mau gosto pela maioria. |
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Extravagância era a marca dos Miuras, das luzes de neon ao acabamento em couro creme, vermelho ou de outros tons -- apesar do gosto discutível de alguns itens, marcaram época
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Um ano depois, na feira Brasil Transpo de 1989, o X8 sofria evolução e passava a se chamar Top Sport, ficando mais largo e arredondado. Havia saias laterais, aerofólio traseiro mais alto e um neon menos chamativo, apenas na frente. Por dentro, bancos de regulagem elétrica e retrovisor fotocrômico, outras inovações da empresa. Continua
O motor 2,0 continuava usando carburador, o que mudaria em 1990 com a chegada de um Top Sport aperfeiçoado. Utilizava ainda mais eletrônica, do motor a injeção (o mesmo do Gol GTi) aos amortecedores com controle de carga de atuação acionado do painel, passando pelos freios antitravamento (ABS). O preço de um Top Sport assim equipado era equivalente ao de um Santana Executivo, a série que lançou a injeção no modelo e que custava 60% mais que um GLS. |
| Na linha 90 o Saga continuava evoluindo: nascia o Top Sport, com linhas mais suaves e arredondadas -- que não resistiu aos importados, mesmo adotando injeção, freios ABS e amortecedores eletrônicos |
Nesse ano, porém, o mercado nacional se abria aos importados e começavam a chegar opções de Primeiro Mundo e para todos os gostos. Os fora-de-série perdiam atrativos e pareciam ainda mais caros diante dos modernos e velozes esportivos trazidos por empresas independentes. Embora sofisticado e com conteúdo tecnológico muito acima dos concorrentes nacionais, o Miura -- único automóvel gaúcho até a chegada do Celta em 2000 -- logo foi descontinuado, deixando para a história sua marca de inovação e extravagância. |
Posição e cilindros | traseira, 4 horizontais opostos | longitudinal dianteira, 4 em linha |
Comando e válvulas por cilindro | no bloco, 2 | no cabeçote, 2 |
Cilindrada | 1.584 cm3 | 1.588 cm3 |
Taxa de compressão | 7,2:1 (gasolina) | 12:1 (álcool) |
Potência máxima | 65 cv a 4.600 rpm (bruta) | 98 cv a 5.800 rpm (bruta) |
Torque máximo | 12 m.kgf a 3.000 rpm (bruto) | 14,2 m.kgf a 3.000 rpm (bruto) |
Alimentação | dois carburadores de corpo simples | um carburador de corpo duplo |
Recomenda-se observar as potências e torques brutos (saiba mais) |
CÂMBIO |
Marchas e tração | 4, traseira | 5, dianteira |
Dianteiros e traseiros | a disco / a tambor | a disco / a tambor |
Dianteira | independente, barras de torção longitudinais com estabilizador | independente McPherson com estabilizador |
Traseira | independente, semi-eixos oscilantes com barras de torção e estabilizador | eixo rígido |
Pneus | 185/70 R 13 | 185/70 R 14 |
Comprimento | 4,30 m | 4,27 m |
Entreeixos | 2,40 m | 2,42 m |
Capacidade do tanque | 46 l | 64 l |
Peso | 890 kg | 890 kg |
Velocidade máxima | 135 km/h | 155 km/h |
Aceleração de 0 a 100 km/h | 23 s | 17 s |
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_ | Saga (1987) | Top Sport (1991) |
Posição e cilindros | longitudinal dianteira, 4 em linha | longitudinal dianteira, 4 em linha |
Comando e válvulas por cilindro | no cabeçote, 2 | no cabeçote, 2 |
Cilindrada | 1.781 cm3 | 1.984 cm3 |
Taxa de compressão | 12:1 (álcool) | 10:1 (gasolina) |
Potência máxima | 92 cv a 5.000 rpm (líquida) | 125 cv a 5.800 rpm (bruta) |
Torque máximo | 14,6 m.kgf a 2.800 rpm (líquido) | 19,5 m.kgf a 3.000 rpm (bruto) |
Alimentação | um carburador de corpo duplo | injeção eletrônica multiponto Bosch LE-Jetronic |
Recomenda-se observar as potências e torques brutos ou líquidos (saiba mais) |
CÂMBIO |
Marchas e tração | 5, dianteira | 5, dianteira |
Dianteiros e traseiros | a disco / a tambor | a disco ventilado / a disco / antitravamento |
Dianteira | independente McPherson com estabilizador | independente McPherson com estabilizador |
Traseira | eixo rígido | eixo de torção com estabilizador |
Pneus | 185/70 R 14 | 195/70 R 14 |
Comprimento | 4,53 m | 4,36 m |
Entreeixos | 2,58 m | 2,48 m |
Capacidade do tanque | 68 l | 75 l |
Peso | 930 kg | ND |
Velocidade máxima | 175 km/h | 180 km/h |
Aceleração de 0 a 100 km/h | 13 s | 12 s |
Dados do fabricante; dados de desempenho estimados; ND = não disponível |
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